Manifestação em prol dos animais domésticos percorreu a Paulista e desceu a Consolação. - J.Duran Machfee/Estadão Conteúdo |
Convocada pelo Movimento Crueldade Nunca Mais, a mobilização reuniu
centenas de pessoas e chegou a ocupar dois quarteirões na pista sentido
Centro da Rua da Consolação. Os manifestantes reivindicaram penas de
dois a seis anos de prisão para quem maltratar bichos, como cães e
gatos.
O ato teve início no Masp, na Avenida Paulista, e terminou às 14 horas
na Praça Roosevelt, onde o coordenador do Movimento Crueldade Nunca
Mais, Allan Reinaldo, e a presidente do Quintal de São Francisco, Angela
Caruso, discursaram.
Animais também participaram do ato em sua defesa. - Vanessa Carvalho/Estadão Conteúdo |
A manifestação foi pacífica e organizada também em outras cidades
brasileiras, como o Rio de Janeiro. “Queremos mostrar aos senadores que o
País não aceita mais a impunidade nos crimes contra os animais”, disse
Allan Reinaldo, referindo-se à reforma do Código Penal em tramitação no
Senado Federal, que pode alterar a atual legislação.
A lei vigente, que é a de Crimes Ambientais, prevê detenção de, no
máximo, um ano para maus-tratos a animais. Na prática, isso não leva
ninguém para a cadeia, uma vez que as penas geralmente são convertidas
em punições alternativas, como pagamento de cesta básica ou prestação de
serviços à comunidade. “Precisamos mudar essa realidade no País”,
disse a promotora de Justiça Vânia Tuglio, que acompanha a votação do
Novo Código Penal.
“Não temos hoje como punir efetivamente crimes contra os animais”,
acrescentou Vânia. A situação dos animais silvestres é diferente, sendo
que a caça e o aprisionamento são considerados crimes inafiançáveis.
Da manifestação em São Paulo participaram também cachorros, como o
vira-lata Apolo. Sua dona, a secretária Lourdes Soares Gomes, de 49
anos, soube da convocação pelo Facebook. “Moro aqui no Centro e não
poderia deixar de comparecer”, disse ela.
O cozinheiro Aragonei dos Santos veio de longe. Ele ficou conhecido por
denunciar na internet a captura de cães de rua e a remoção dos animais
para local deserto, em Santa Cruz do Arari, na Ilha de Marajó, no Pará.
Em maio deste ano, o prefeito da cidade teria ordenado a remoção de 300
cães da comunidade e Aragonei postou imagens no YouTube.
“Hoje estou sendo ameaçado de morte em Santa Cruz do Arari”, disse
Aragonei dos Santos, que atualmente mora em Belém sobre proteção do
Ministério Público.
Fonte: Diário do Comércio
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